Estou profundamente triste, Caríssimo... Sabe, sempre me surpreendeu o seu olhar, incrivelmente doce e triste... É sem palavras que aplaudo um ator maravilhoso e lhe agradeço o tanto que me deu...
Estive numa ação humanitária/ religiosa em Moçambique e todas as noites ouvia esta música. E porque a Musa dela estava comigo ao Sol, dia após dia! O Sol e calor de África... Apenas alguns têm o prazer de o conhecer! Será semântica? Escreva, porque apenas necessito das suas palavras como o Sol para Viver! Escreva! Dói-me a sua ausência...
Estive numa ação humanitária/ religiosa em Moçambique e todas as noites ouvia esta música. E porque a Musa dela estava comigo ao Sol, dia após dia! O Sol e calor de África... Apenas alguns têm o prazer de o conhecer! Será semântica? Escreva, porque apenas necessito das suas palavras como o Sol para Viver! Escreva! Dói-me a sua ausência...
Deram-me o meu primeiro relógio aos seis anos, quando entrei para a escola. Já sabia ver as horas e a minha avó, rendida ao meu encanto pelo tempo, ofereceu-me um Cauny muito delicado, elegantíssimo, com fundo de madrepérola e uma pulseira de pele preta que ficava larga de mais no meu pulso pequenino. Ainda hoje o conservo, bem como a paixão pelos relógios… Na altura, um dos meus passatempos preferidos era ajoelhar-me junto da mesa no escritório do avô, em frente a um relógio dourado com um anjo vendado, fechar os olhos, e contar até sessenta… Depois abria-os e tentava descobrir se estava certa com o ponteiro, se tinha acertado na exata duração do minuto… Diziam-me então que tempo era dinheiro e a frase nunca fez sentido para mim, bem como a escultura que encimava o relógio do avô. Precisei de crescer e de envelhecer para perceber tudo o que me dizem os meus relógios… Hoje entendo a venda nos olhos do anjo, a cegueira do tempo que passa, indiferente à tristeza ou à alegria, à dor ou ao sofrimento, à solidão ou à saudade… O tempo passa. Sempre passa, ensinaram-me todos os meus relógios… Hoje compreendo o tesouro que me diziam ser o tempo… Não podemos comprá-lo e ele domina o mundo. Julguei-me polvo, vi-me com oito braços, a chegar a todo o lado ao mesmo tempo… E agora, punitivo pela minha soberba pretensão, o anjo do tempo obriga-me a cortar pedaços de mim para não falhar com os outros… Tempo que era só meu, impiedosamente decepado pela raiz, atirado ao silêncio… Obrigada aos comentadores dos últimos dias… Foram generosos e gentis… Eu espero regressar em breve… Num outro tempo… Com outro tempo. Inteira, como só sei estar aqui.
20 comentários:
solar o desejo ... de sol!
beijo
... a equilibrar o lado lunar... :)
Beijo
Estou profundamente triste, Caríssimo...
Sabe, sempre me surpreendeu o seu olhar, incrivelmente doce e triste...
É sem palavras que aplaudo um ator maravilhoso e lhe agradeço o tanto que me deu...
https://www.youtube.com/watch?v=uQrVf71NjyQ
Deixo-lhe um abraço
Um girassol para ti!
Beijinho
Lídia
Já o plantei na janela do meu sorriso... :)
Obrigada!!!
Beijo
Cai-me bem!
Mas não sabia que eu era essa palavra esquisita...
Boas férias... ao sol!
A palavra é maravilhosa...!
Obrigada, Vieira Calado :)
Um beijo
Nós por cá temos saudades das suas palavras.
Muito grata, Orpheu :)
Abraço
Escreva ao som desta música...
Estive numa ação humanitária/ religiosa em Moçambique e todas as noites ouvia esta música.
E porque a Musa dela estava comigo ao Sol, dia após dia!
O Sol e calor de África...
Apenas alguns têm o prazer de o conhecer!
Será semântica?
Escreva, porque apenas necessito das suas palavras como o Sol para Viver!
Escreva!
Dói-me a sua ausência...
https://www.youtube.com/watch?v=pY0PpMSl7iI
Escreva ao som desta música...
Estive numa ação humanitária/ religiosa em Moçambique e todas as noites ouvia esta música.
E porque a Musa dela estava comigo ao Sol, dia após dia!
O Sol e calor de África...
Apenas alguns têm o prazer de o conhecer!
Será semântica?
Escreva, porque apenas necessito das suas palavras como o Sol para Viver!
Escreva!
Dói-me a sua ausência...
https://www.youtube.com/watch?v=pY0PpMSl7iI
DEPROFUNDISFILIA:substantivo feminino: amor ao De Profundis; desejo de ler o De Profundis; necessicdade das palavras da Anna.
(sofro disto)
Hj é 10 de setembro Anna. Que faz o sol nascer desde o dia 05 de agosto, Ana? Que faz os minutos se repetirem, An? Que faz eu aqui, A?
Deram-me o meu primeiro relógio aos seis anos, quando entrei para a escola. Já sabia ver as horas e a minha avó, rendida ao meu encanto pelo tempo, ofereceu-me um Cauny muito delicado, elegantíssimo, com fundo de madrepérola e uma pulseira de pele preta que ficava larga de mais no meu pulso pequenino. Ainda hoje o conservo, bem como a paixão pelos relógios… Na altura, um dos meus passatempos preferidos era ajoelhar-me junto da mesa no escritório do avô, em frente a um relógio dourado com um anjo vendado, fechar os olhos, e contar até sessenta… Depois abria-os e tentava descobrir se estava certa com o ponteiro, se tinha acertado na exata duração do minuto… Diziam-me então que tempo era dinheiro e a frase nunca fez sentido para mim, bem como a escultura que encimava o relógio do avô. Precisei de crescer e de envelhecer para perceber tudo o que me dizem os meus relógios… Hoje entendo a venda nos olhos do anjo, a cegueira do tempo que passa, indiferente à tristeza ou à alegria, à dor ou ao sofrimento, à solidão ou à saudade… O tempo passa. Sempre passa, ensinaram-me todos os meus relógios… Hoje compreendo o tesouro que me diziam ser o tempo… Não podemos comprá-lo e ele domina o mundo. Julguei-me polvo, vi-me com oito braços, a chegar a todo o lado ao mesmo tempo… E agora, punitivo pela minha soberba pretensão, o anjo do tempo obriga-me a cortar pedaços de mim para não falhar com os outros… Tempo que era só meu, impiedosamente decepado pela raiz, atirado ao silêncio…
Obrigada aos comentadores dos últimos dias… Foram generosos e gentis… Eu espero regressar em breve… Num outro tempo… Com outro tempo. Inteira, como só sei estar aqui.
Anna, pouso então sobre a sua mão um delicado e muito respeitoso "beijinho" com votos de muito "bom tempo"...
;)
Obrigada, Caríssimo :)
Venha com tempo para um outro Tempo!
Vou tentar...
Se não houver mais tempos, até sempre...!
Até sempre!
Parta Feliz!
Foi um prazer conhecer as suas palavras.
Até sempre!
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