domingo, 3 de fevereiro de 2013

Dentro de ti ver o mar



Acordava no poço da noite com o coração enforcado naquela frase.
– Entrar em ti e dentro de ti ver o mar.
O ruído dos aviões já não a despertava. Habituara‑se. Gostava do som dos motores no céu, provocava‑lhe uma sensação de liberdade. Vivia no extremo onde nada evolui. Existe um momento em que o amor deixa de ser uma narrativa e se imobiliza. Tentara livrar‑se da frase apagando o homem que a proferira. Mas a água do amor foge e volta, pesada, carregada de restos.

Inês Pedrosa, Dentro de Ti ver o Mar

4 comentários:

Anónimo disse...

Dentro de ti ver estrelas...

;)

Anna disse...

Um abraço, Caríssimo... :)

Anónimo disse...

"...estava fascinado por ela e causar fascínio era a mais arrebatadora das modalidades de poder."

Inês Pedrosa
Dentro de ti ver o mar
;) "Caríssimo"

Anna disse...

Um livro maravilhoso, Caríssimo.

:) (e um beijito, vá...)