Desfaz-se
em espuma
a onda fria da espera
desfaz-se
em sal
o eco do teu nome
Desfaz-se o tempo
e o sonho e o vento
tudo se desfaz
assim tão devagar
E a gaivota
rasando o poente
com asas de luz
não sabe
que desfaz
em mim o silêncio
Não sabe
que me afogo
no sargaço da memória
Não sabe
que me enterro
no poente da saudade
11 comentários:
O poente é só o adormecer do sol que voltará radioso com os alvores da manhã.
É só acreditar!...
Saudades!...
Beijo
Será que não sabe?
As gaivotas são como os poetas e os poetas como as gaivotas...fingidores...
Tantas vezes eu também me enterro no poente da saudade...
Parabéns pelo texto.
Saudades, Lídia!...
Um beijo
Oficial, somos todos fingidores. Mas uns fingem melhor do que outros.
Um beijo
Obrigada ORPHEU :)
Volta sempre.
Eu, que sempre me sinto noite,
sem poentes, sem luz e sem gaivotas,
de ideias rotas, sem rotas,
ignotas,
nem vejo a espuma desfazendo,
nem no tempo,nem no sonho.
Tudo é silêncio, sem memória,
sem história, sem saudade.
Apenas a idade,
esquecida, sofrida, descontente.
Sem poente...
Ainda vivente!
Joe, há uma luz dentro de si que se deixa brilhar nas palavras tristes... E essa luz é bonita.
Permita-me o abraço...
Joe Ant !
Procure o dia, corra atrás das gaivotas,trilhe rotas e caminhos.
Abra os olhos e os ouvidos e descobrirá vagas gigantes, ouvindo a canção do mar.
Corra então para nascente, deixe o Sol iluminá-lo e a vida acontecer.
Vai descobrir, acredite, que tem vida pela frente e história para contar.
Agora é a oportunidade: no carnaval esqueça o fado e passe a vida a sambar...
De Profundis, não resisti a meter minha bicada...
Bjs aos dois.
Lindo este teu ponte de saudade.
Poderiamos cantá-lo juntas, de tanto que me doeram as palavras.
Quantas vezes que parece, que escreves por mim, linda amiga.
Bjão !
Maria, podes meter a tua bicada sempre que quiseres... Este espaço também é teu.
Beijinhos
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