E de novo armadilha dos abraços
E de novo o enredo das delícias.
O rouco da garganta, os pés descalços
a pele alucinada das carícias.
As preces, os segredos, as risadas
no altar esplendoroso das ofertas.
De novo beijo a beijo as madrugadas
de novo seio a seio as descobertas.
Alcandorada no teu corpo imenso
teço um colar de gritos e de silêncios
a ecoar no som dos precipícios.
E tudo o que me dás eu te devolvo.
E fazemos de novo, sempre novo
o amor total dos deuses e dos bichos.
Rosa Lobato de Faria
5 comentários:
Minha querida
É dos poemas que eu mais gosto da Rosa Lobato faria.
É maravilhoso.
beijo
Sonhadora
Concordo plenamente, Sonhadora. É um poema maravilhoso.
Beijinho
"Somos bichos" - disseste!
Duvidei.
Penso, agora, que tinhas razão.
Há tanto de divino como de mundano no acto de amar!...
Um beijo
Lídia, o amor é tão natural como respirar... Porque é que duvidaste de mim? :)
Beijos
Olá Anna, desejo que tudo esteja bem contigo!
Natural, como diz o poema, animais que somos, apesar de racionais, o momento a dois é um dos poucos momentos que agimos como tal em oitenta por cento do ato. Talvez o momento em que somos mais verdadeiros, naturalmente falando!
Parabéns pela postagem deste belíssimo poema! Desejo pra você e todos ao redor tudo de iluminado em sua existência sempre, grande abraço e até mais!
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