Fecho os olhos para ver melhor. E numa doçura infinita, escorrem imagens dentro de mim que o tempo jamais roubará... Pintei-as com o sal de lágrimas felizes, como uma emoção qualquer aprisionada numa fotografia. Era Setembro e entardecia. E nos meus olhos fechados, como asas de aves, dançam poemas que se calhar nunca foram ditos... e não era necessário... Porque no silêncio macio a única voz possível é a do coração. Era Setembro e entardecia... Ouço o ruído dos passos calcando a madeira gasta do passadiço sobre o areal e o vento que sinto nos olhos que fecho, é morno e cheira ao azul do mar... Ao lado do meu, o bater do teu coração que em silêncio sorria e sussurrava sílaba por sílaba, uma palavra... Uma só palavra. E era uma palavra sagrada que se enterrava no coração e pulsando entre nós, ganhava força, se agigantava, eternizando-se no sal, no azul e no vento, daquele Setembro que entardecia...
8 comentários:
Para quando um livro?
LeChateau
Um intenso sentir em suave melodia...
Belo!
Tanto que se vê, de olhos fechados!...
É linda essa cesta de vindima que adornaste com passados reparadores, saudades luzentes e sensibilidades rendadas...
É arte, o que fizeste!
Um beijo
LC, sinto-me profundamente honrada com a tua pergunta. Sabes, ainda sou pequenina... talvez um dia, quando for grande, me atreva a dar asas aos sonhos...
Beijo
AC, muito obrigada pelas bonitas palavras... e pela presença.
Um beijinho
Sabes Lídia, o Saint-Éxupery tinha razão... "Só se vê bem com o coração, o indispensável é invisível para os olhos".
Obrigada pelo elogio... e por estares sempre aqui.
Um beijo
Que bonito... dá vontade de estar nessa praia também.
Beijinhos, Ishia :)
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